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terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Como morrer em Jaraguá do Sul

Como morrer em Jaraguá do Sul - CARLOS SCHROEDER

1 – NO TRÂNSITO

Esta é a maneira mais fácil e democrática de se morrer na cidade entre-rios/entre-morros. Pois você ainda pode escolher como morrer: a pé ou dirigindo. No primeiro caso, a cidade oferece duas opções certeiras.
Vejam o caso do cruzamento das ruas Expedicionário Gumercindo da Silva (da Caixa Econômica e do Hotel Itajara) com a Henrique Piazera (da Borrachas Wolff e Moretti Automóveis), onde diariamente temos um exemplo clássico de olimpíada urbana: os 100 metros rasos sem barreira, mas com um agravante, a velha morte dando ceifadas no lombo do pedestre.
Ainda a pé, o cruzamento da avenida Marechal com a rua Guilherme Weege (onde fica o X-hum) é um passaporte para o Hospital São José (que ao menos está próximo).
Os pedestres chegam a fazer o sinal da cruz para atravessar. Até pensei em montar uma barraquinha com aluguel de varas de um lado da rua, e instalar um colchão do outro. Uma máquina de teletransporte também ajudaria. Poderia citar ainda todas as faixas de pedestres defronte às grandes empresas, sempre uma roleta russa.
Para morrer dirigindo, no conforto de seu automóvel e escutando sua música predileta, aconselho as vias de acesso a Jaraguá do Sul, principalmente nas sextas-feiras do verão, quando todos resolvem sair para buscar um lugar ao sol, e o horário de pico, entre 17h15 e 18 horas, quando você sempre morre, mas de raiva!

2 - DE FOME

Trabalhar na área cultural em Jaraguá é como ser um famigerado etíope na Suécia. Principalmente se seu trabalho for autoral (os artistas com um pouco mais de apelo comercial, conseguem, ainda que aos trancos e barrancos, ao menos pagar as contas).
O jaraguaense médio não consome alta cultura. Você lota um espetáculo de comédia escrachada, mas escuta os grilos em espetáculos com um pouco mais de conteúdo.
Você paga para sentar num bar e escutar pagode (que poderia escutar de graça, na rádio), mas não paga para escutar as letras e músicas de um artista de MPB local. Em Jaraguá, os artistas morrem de fome, mas também de indignação.

3 - DE DESGOSTO

Essa é a maneira mais fácil de abotoar o paletó de madeira na cidade. Basta prestar atenção nos movimentos políticos locais e nas relações profissionais na cidade. Em todas as eleições acontece o mesmo: quando o candidato X perde para o Y, os fiéis escudeiros do X imediatamente abandonam o barco para lamber as botas de Y, em busca de alguns carguinhos medíocres.
E o pior é que muitos acham isso normal, e até justo. No trabalho então, as escalas de valores são sempre invertidas, e prega-se sempre a concorrência desmedida, o cão come cão. Isso tornou Jaraguá do Sul uma potência industrial, e também, uma grande consumidora de antidepressivos.

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